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Observatório Anderson Herzer: das violências, mortes e suicídios contra Transmasculinidades

Ano

2023

Autor(es)

Cello Latini Pfeil;
Dan Kaio Souza Lemos;
Rudá Nunes Alves;
Ale Mujica Rodríguez;
Apolo Vincent Silva de Oliveira;
Bruno Latini Pfeil;
Caio Maliszewski Escouto;
Enzo Gael Loureiro Gomes;
Fabian Algarte da Silva;
Kaleb Giulia R. Salgado;
Murillo Medeiros Carvalho

Temáticas

Dados - Análise; Morte - Aspectos Sociais; Notícias jornalísticas; Pessoas Transgênero - Brasil; Relatórios; Suicídio - Aspectos sociológicos; Violência de gênero - Direito e Legislação - Espanha.

Editora

Ibrat

Link (Português)

Link (Español)

Durante o governo de Jair Bolsonaro, o Brasil vivenciou um retrocesso democrático significativo, especialmente em relação às políticas de direitos humanos. A gestão bolsonarista foi caracterizada por uma postura autoritária, com uma agenda que promovia valores transfóbicos, racistas, misóginos e fundamentalistas. Em meio a esse cenário, a pandemia de COVID-19 agravou as desigualdades sociais e as violências, afetando de maneira especial a população LGBTIAP+, intensificando a transfobia e a falta de políticas públicas voltadas para essa comunidade.

Um dos grupos mais impactados foi o de pessoas transmasculinas, que enfrentaram discriminação tanto nas instituições sociais quanto no sistema de saúde. Dados alarmantes sobre a violência contra essa população revelam altos índices de agressões físicas e psicológicas. No entanto, a subnotificação e a ausência de dados oficiais sobre as mortes de pessoas trans dificultam o reconhecimento e a efetiva proteção dos seus direitos. Além disso, a falta de políticas públicas que garantam a retificação do nome e identidade de gênero continua sendo um desafio, apesar de avanços legais, como a Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 4275, que buscou assegurar esses direitos.

A violência contra pessoas trans é uma questão estrutural que reflete a cisnormatividade predominante na sociedade, marginalizando os direitos dessa população. Em resposta a essa situação, foi criado o Observatório Anderson Herzer, com o objetivo de mapear e denunciar as violências contra as transmasculinidades no Brasil. O projeto visa também promover o empoderamento da comunidade transmasculina e fomentar políticas públicas que garantam a proteção e a dignidade dessas vidas.

O Observatório realizou um mapeamento das condições de vida e dos desafios enfrentados pelas pessoas transmasculinas, levando em conta fatores como raça, etnia, classe social, idade e localização geográfica. Esse levantamento foi feito por meio de um questionário online e pesquisas sobre notícias de violências. A maior parte das respostas veio da Região Sudeste, com predominância de pessoas autodeclaradas brancas e jovens adultos.

O relatório obtido revela que muitas pessoas transmasculinas enfrentam violência doméstica e familiar, além de preconceito relacionado à identidade sexual e abusos policiais. Também se destaca a dificuldade de garantir o uso do nome social e o direito de utilizar banheiros conforme a identidade de gênero. Embora o mapeamento não cubra toda a população transmasculina, seu principal objetivo é criar uma base de dados para impulsionar futuras políticas públicas e reforçar o reconhecimento das pessoas transmasculinas como uma categoria política importante.

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