A dor e a delícia das transmasculinidades no Brasil

Em 2017, foram registrados casos trágicos, como os assassinatos de Dandara dos Santos, Thadeu Nascimento e Yuri Gabriel, ilustrando o contexto de um país com altos índices de homicídios contra transgêneros, especialmente pessoas trans negras. Em 2018, a eleição de Jair Bolsonaro e declarações de seu governo, como ataques à comunidade LGBTQIAP+ e ao HIV/AIDS, geraram um clima de perseguição e retrocesso nos direitos dessa população.

A pandemia de COVID-19 agravou ainda mais a situação, aumentando a vulnerabilidade, o isolamento e as dificuldades socioeconômicas enfrentadas por LGBTQIAP+. O governo também desconsidera a diversidade familiar, priorizando um modelo heteronormativo, e promove ações contra direitos LGBTQIAP+, como o corte de financiamento para produções com temática LGBTQIAP+ e a censura de obras culturais.

Apesar disso, houve avanços, como a criminalização da LGBTfobia em 2019 e o reconhecimento do feminicídio para travestis e mulheres trans em São Paulo. No entanto, ainda há muito a ser feito, já que muitas delegacias não reconhecem crimes de LGBTfobia, e discursos discriminatórios continuam sendo promovidos por autoridades governamentais, como Damares Alves e Bolsonaro. O texto também destaca a importância de repensar as normas de gênero desde a infância e combater a transfobia sistêmica no Brasil.